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Por Mourad em 24/01/2024
Os Impactos da Reforma Trabalhista de 2017: O Que Mudou e O Que Permaneceu Igual

Em 2017, o Brasil testemunhou uma significativa mudança em suas leis trabalhistas com a aprovação da Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017). Essa reformulação trouxe uma série de alterações que buscavam modernizar as relações laborais, flexibilizar regras e estimular a economia. Neste artigo, realizaremos uma análise profunda sobre os impactos da Reforma Trabalhista, destacando o que mudou e o que permaneceu inalterado nas dinâmicas entre trabalhadores e empresas.

 

Principais Mudanças Propostas pela Reforma Trabalhista:

 

  1. Negociação Coletiva com Força de Lei:
  • Antes da reforma, as convenções e acordos coletivos não podiam sobrepor a lei. Com a mudança, as negociações coletivas passaram a ter mais força, permitindo que acordos entre empresas e sindicatos prevalecessem sobre algumas disposições legais.
  1. Jornada de Trabalho:
  • A jornada 12x36, na qual o trabalhador cumpre 12 horas seguidas de trabalho por 36 horas de descanso, foi legalizada para todos os setores, antes restrita a alguns segmentos específicos. Além disso, a possibilidade de banco de horas foi ampliada.
  1. Terceirização:
  • A reforma permitiu a terceirização irrestrita, inclusive para atividades-fim das empresas. Isso gerou maior flexibilidade para as organizações, mas também levantou preocupações sobre a segurança e estabilidade dos trabalhadores terceirizados.
  1. Férias:
  • As férias podem ser divididas em até três períodos, incluindo o fracionamento em dias, o que proporciona mais flexibilidade tanto para empregadores quanto para trabalhadores.
  1. Gravidez e Lactação:
  • Mulheres gestantes ou lactantes podem trabalhar em ambientes considerados insalubres, desde que apresentem atestado médico autorizando. Antes, a regra era o afastamento automático.

 

Impactos nos Trabalhadores:

 

  1. Flexibilidade e Negociação:
  • A flexibilização das normas permitiu uma maior negociação entre empregadores e empregados, abrindo espaço para acordos mais alinhados às necessidades específicas de cada setor.
  1. Preocupações com a Segurança no Trabalho:
  • A terceirização irrestrita levantou preocupações sobre a segurança dos trabalhadores terceirizados, uma vez que podem não receber a mesma atenção quanto a treinamentos e condições de trabalho.
  1. Reconfiguração das Relações de Trabalho:
  • A reforma alterou a dinâmica tradicional das relações de trabalho, com uma maior valorização das negociações coletivas e uma reconfiguração das práticas adotadas tanto por empregadores quanto por empregados.

 

Impactos nas Empresas:

 

  1. Maior Flexibilidade para Contratação:
  • A terceirização irrestrita proporcionou às empresas uma maior flexibilidade para contratar serviços especializados, adaptando-se de maneira mais dinâmica às demandas do mercado.
  1. Redução de Litígios Trabalhistas:
  • A expectativa era que a reforma reduzisse o número de processos trabalhistas ao promover maior clareza nas negociações e acordos coletivos, minimizando ambiguidades legais.
  1. Aumento da Competitividade:
  • Empresas que conseguiram aproveitar as novas possibilidades de negociação e flexibilização tiveram a oportunidade de se tornar mais competitivas, adaptando-se rapidamente às mudanças do ambiente de negócios.

 

O Que Permaneceu Inalterado:

 

  1. Direitos Essenciais Protegidos:
  • Apesar das mudanças, direitos essenciais, como salário mínimo, 13º salário, FGTS e seguro-desemprego, permanecem protegidos, garantindo uma base mínima de direitos aos trabalhadores.
  1. Proibição do Trabalho Infantil e Escravo:
  • A legislação continua proibindo categoricamente o trabalho infantil e escravo, mantendo uma abordagem firme nesses aspectos fundamentais.

 

Conclusão:

A Reforma Trabalhista de 2017 representou uma mudança significativa no cenário laboral brasileiro. Se por um lado proporcionou mais flexibilidade e negociação, por outro gerou preocupações relacionadas à segurança no trabalho e estabilidade dos trabalhadores. A análise dos impactos nos trabalhadores e nas empresas evidencia a necessidade de constante monitoramento e ajustes, assegurando que as mudanças promovam um ambiente de trabalho justo e equilibrado para todas as partes envolvidas.

 

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